Legenda empírica

Há dois anos, quando andava de mãos dadas com São Paulo, e somente com ele, intriguei-me, densamente, com a inexistência da Verdade. Desenvolvi um sensor, e ele não captava verdades em ninguém, ninguém. Agora, confesso que vivencio coisas diferentes.
Continuo implorando, logo no prefácio das relações, por Verdades e sobre elas. Sem ceticismo, sem esperança. Num prélio desarmado, mas insistente e sussurrante. 
Fugindo da minha crônica prolixidade e da suposta existência de autenticidade das coisas, criei uma personagem, que no início, recusei-me a dar gênero, porém, os personagens criados, animados ou não, surgidos de uma mente inquieta, relacionam-se, diretamente, com seu criador, sem intenção e por vezes, sem consciência.
Logo, a personagem está em busca da Verdade, por isso, no auge do seu desespero, passa a navegar no coração das pessoas.
Cada coração é um Continente, cada Continente uma definição cruel do estereótipo de todos aqueles que habitam meus arredores. O seu pode estar aqui, interpretado por essa Pirata sem boas maneiras.
Esta legenda se dá por conta de dúvidas que estavam escapando do meu controle; se me resta algum.